terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

CARVANAVALIZAÇÃO II

Na Europa (Idade Média), o riso carnavalesco apresentava três as grandes formas: espetáculos e rituais cômicos – as complexas procissões que ocupavam as ruas durante dias e outras festas, como a festa dos loucos (festum stultorum) ou a festa do burro, em que se celebrava uma paródia da liturgia perante um burro paramentado.
Eram as várias formas de risus paschalis, autos, mistérios, feiras organizadas pelas paróquias locais. Esses eventos contavam com a presença de anões, gigantes e monstros.
O louco (bobo, palhaço) que mais representava esse espírito carnavalesco, era eleito rei, e, no período dessas manifestações, era alvo de brincadeiras, insultos, provocações.
Para Bakhtin, a característica maior destes rituais é a sua natureza de inversão, pelo povo, de práticas da Igreja e do Estado, em que todo o povo participava numa comunhão utópica de liberdade e abundância, de suspensão de todas as hierarquias e de dissolução da fronteira entre a arte e o mundo (ver verbete de “Carnavalização, da autoria de João Ferreira Duarte).

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