A energia nuclear não é segura. E isso exige que os países que a usam façam uma séria reavaliação sobre seu uso. De todas as suas desvantagens e negatividades, a maior de todas é o enorme risco que representa para o meio ambiente e a vida humana. A radioatividade é sem dúvida o flanco aberto da energia nuclear. Especialmente perigosa, causa não apenas mortes imediatas como em Chernobyl, mas doenças letais – o câncer e outras – que se manifestam apenas anos depois.
Por isso alguns países optaram por excluir a energia nuclear das opções de seu sistema. Outros, como o Japão a mantiveram. Passaram-se 25 anos sem acidentes e a confiança da humanidade na segurança dos reatores foi crescendo. Agora o caso japonês foi um duro golpe sobre esta confiança e credibilidade. O nobre povo japonês saboreia os frutos amargos dessa escolha.
Que a lição de Fukushima plante firme em nossas mentes e corações que a ciência e a técnica necessitam de limites e vigilância ética. Incessantemente e sempre. Mesmo quando tudo parece tranqüilo e sem riscos. Pois qualquer coisa que ameace a vida humana não pode ser positiva, mesmo que traga avanços e progressos de qualquer tipo.
Num mundo onde tudo é profano, só uma coisa é sagrada: a humanidade, criatura querida e dileta do Criador. Preservá-la é o dever mais sagrado de todo ser humano em tudo que puder e desejar produzir e inventar. Que a dor do Japão nos ensine isso em todas as partes do globo terrestre.
Autor: Maria Clara Bingemer